Com esta decisão do ministro Dias Tofolli, foi posta a "pá de cal" em todo o processo investigativo da operação contra a corrupção institucionalizada em nosso país.
Não quero aqui discutir o que pode estar certo, ou o que pode estar errado, visto que temos plena certeza de que alguns equívocos foram realmente cometidos pela estrutura montada pelo MPF em Curitiba, talvez até no afã de tentar mostrar, e nisto foi exemplar, o nível da corrupção implantada naquele governo, com vários dos corruptos, e corruptores, se declarando publicamente culpados, devolvendo bilhões de reais criminosamente surrupiados da Petrobras; réus confessos.
Hoje este ministro, que na minha opinião não deveria ter aceito esta relatoria, visto sua ligação umbilical com o réu Luis Inácio, resolve monocraticamente rever e anular todas as condenações impostas àquele réu, condenações aquelas que tinham sido todas, isto mesmo, todas, referendadas pela corte maior, o STF em plenário.
É claro, e tenho plena certeza, de que alguns excessos foram cometidos e, claro, estes excessos deveriam ter sido todos observados e avaliados "per si" e não transformado em decisão que acaba por tornar quase que inocentes aqueles que se autodeclararam culpados.
Com esta decisão aqueles que foram réus confessos podem pedir a devolução do dinheiro por eles entregue reconhecendo apropriação indevida fruto de corrupção ativa e passiva?
Porque os ministros do STF procuram tanta exposição e holofotes?
Ontem, escutando a BandNews, ao meio dia, ouvi do jornalista âncora Eduardo Oinegue, que muito do que feito está errado mas não podemos negar que as vísceras das várias ações de corrupção realizadas e efetivadas naquele governo foram expostas na operação Lava Jato.
Circula para quem quiser ver, na internet, as declarações dos prepostos da Odebrecht acerca dos vários encontros para definir ações implementadas nos sítios de Atibaia, no apartamento do Guarujá, todas ligando umbilicalmente o ainda Réu Luis Inácio, à teia de corrupção e de vantagens recebidas de forma, no mínimo irresponsável para alguem que ainda estava no comando do governo, na função de presidente eleito.
Não devemos prejulgar achando que o ministro foi conivente por ser amigo daquele que era chamado, nas delações da Odebrecht de "amigo" (o ainda réu Luis Inácio) por todos naquela corporação; como fica nossa expectativa de seriedade neste julgar?
Porque não se isentou e se disse impedido? Logo ele que era chamado nas delações como "amigo do amigo do meu pai"; isto já não seria mais do que um impedimento para ele julgar este processo?
Este mesmo ministro, que já esteve nos holofotes por muito tempo, e que estava, podemos até dizer em hibernação, em sono profundo, com relação à operação Lava Jato, agora acorda e se torna o maior coveiro daquela ação anticorrupção, a maior já instalada em nosso país que agora jaz morta e definitivamente acabada.
Muito triste para o país e para o futuro visto que, de certa forma, dá aval para que os corruptos, e corruptores, se achem acima do bem e do mal.
O atual presidente, o ainda Réu Luis Inácio, deu uma declaração nesta semana que nos ajuda mais a entender como é o jeito de governar e de propor governabilidade ao afirmar que "ministros do STF devem dar seus votos em sigilo, sem publicizar para evitar exposição".
Ora, quem procurou o tempo todo a exposição indevida foram os próprios ministros ao se exporem de forma, até ridícula, quando deveriam se ater a "falar nos autos", somente nos autos, mas a partir do momento em que se expuseram através da TV, os julgamentos passaram a se tornar, na verdade um reality show, aonde eles seriam as estrelas no qual cada um tem que ser mais protagonista que o outro, com a vaidade imperando em detrimento da seriedade e do bom conviver com cada um se achando no direito de contestar e falar para um público que nada tem a ver com o que está em julgamento.
Não podemos nos esquecer das várias sessões de discussões nas quais eles praticamente se engalfinhavam, quase indo às vias de fato, com cenas de quase pugilato, tudo isto porque estavam sendo expostos na Tv Justiça. Se hoje estão expostos, se não podem andar na rua sem serem reconhecidos e até importunados, isto se deve única e exclusivamente ao comportamento de estrelismo que passaram a adotar.
Viraram estrelas de um reality show que só se vê aqui no Brasil; vejamos, ao redor do mundo, como se comportam os ministros das várias cortes supremas que se relacionam com a sociedade de forma sem serem "artistas" sem se exporem, com decisões tomadas até em sessões fechadas mas depois estas decisões tem seus votos mostrando como cada dos ministros/juízes votou - lá fora nenhum destes senhores tem status de ministros ou secretários de estado, são simplesmente JUÍZES que julgam somente o que diz respeito ao que a corte acha constitucional ou não, sem qualquer decisão monocrática (uma, podemos chamar de, jaboticaba brasileira).
Tudo isto serve para mostrar como se comportam alguns dos nossos "ministros" do STF que têm na vaidade sua maior faceta; é bem verdade que temos alguns destes senhores e senhoras que se comportam de forma republicana e até "low profile", discreta, como deve ser a postura de um juiz se comportando, como deve ser, com a liturgia que o cargo exige.
@Borba1948
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