O que alguém pode querer da vida a não ser felicidade e realização?
Não é tão difícil.
Cresci em um subúrbio do Rio de Janeiro, Piedade, terra de Pixinguinha e de um grande acontecimento, que está na história, quando lá se deu o embate entre Euclides da Cunha e Dilermano de Assis.
Vida pacata de estudante de escola pública, e de viver sem grandes problemas, crescendo pegando carona em bonde, e dando trabalho ao avô Carlos, que de sua alfaiataria ficava sempre pronto a puxar as orelhas deste escriba; e o pior foi que acabei levando minha irmã, e amiga, Amoa, MariaTereza Cristina de Carvalho Borba, figura de nome pomposo e de grande caráter. Sinto muito sua falta querida amiga e companheira nos folguedos e traquinagens por nós produzidos.
Mas o que quero escrever não só diz respeito a isto mas a tudo que se sucedeu com meu crescimento e vivência.
Crescemos apesar das dificuldades que tivemos pois nosso pai, José Maria, na família chamado de Borba, por isso sempre fui chamado de Borbinha, era motorista de caminhão e não nos podia dar muito mais conforto, mas de certa forma não nos deixava faltar o básico.
Nossa mãe, Clarice, Lila para todos nós, rígida em sua forma de criar os filhos, mulher que foi à luta, pioneira, trabalhando como telefonista em uma época na qual as mulheres eram só "donas de casa", e que pouca paciência tinha quando chegava em casa após retornar do trabalho, mas nos educou com os rigores da fé e da ética.
Cresci, cometi alguns erros, demorei para encarar a vida de frente, mas em algum momento, como não poderia deixar de acontecer, me tornei homem.
Nesta época, estudando à noite para fazer vestibular, acabei conhecendo alguém, que também vivia seus problemas, Maria de Lourdes, e acabamos por querer enfrentar, juntos, nossos "fantasmas", e nos acolhemos.
Logo veio nossa primogênita, Mabile, não me perguntem o motivo do nome, não sei explicar, para depois de seis anos chegar Paula e em seguida Carla.
Aí começa esta resenha.
Criamos nossas meninas dando o que melhor podíamos, passamos a todas nossos conceitos de vida, as vimos crescer como pessoas e profissionais, criaram suas famílias, e hoje convivemos com a nossa "segunda geração" de netas e netos.
Porque então o tema - Um homem feliz e realizado?
Simples:
Feliz com cada uma delas, cada qual com seu jeito de ser, amorosas, companheiras, realizadas profissionalmente e que só nos dão alegrias a cada dia.
Mulheres "alfa" líderes da matilha, profissionais de alta performance, que se realizam no dia a dia e são vencedoras.
Tenho plena certeza de que muito disto vem da forma como foram educadas, lógico com erros e acertos, mas acima de tudo pelo exemplo de que o estudo e trabalho devem ser a mola mestra do sucesso.
Todas são vencedoras!
Isto é o que mais nos orgulha.
Independentes, geradoras de riqueza, profissionais competentes, mães exemplares, mesmo com todos os erros que porventura possam ter cometido, e que venham a cometer, pois são seres humanos, é claro, mas acima de tudo vencedoras!
Não me canso de agradecer por cada momento das nossas vidas, por todos os ensinamentos passados e, claro, por cada ensinamento recebido delas.
A vida é isso: dar e receber.
Sou feliz por poder vivenciar o sucesso de cada uma delas, realizado por saber que no futuro elas terão a mesma sensação, do dever cumprido, que temos, e de ter tentado, e realizado, os sonhos para o sucesso de seus filhos.
Sou realizado por ver que todas foram criadas para não serem nossas dependentes, para serem donas dos seus próprios destinos.
Manuela, Giovanna, Matheus, Camila, Francisco e Isabel, se espelhem nestes exemplos, para entender que sem suor e trabalho não terão sucesso.
Sejam felizes para lá na frente, em algum momento, poderem afirmar: sou feliz e realizado.
@Borba1948
ceborba.blogspot.com