terça-feira, 29 de abril de 2025

A Vida como ela é (ou foi) - Carlos Borba

Estou dormindo, imagino ser o sono dos justos, mas de repente um sonho; nele se abre um livro, folheio e as páginas nada tem escrito, são quase virgens, brancas, alvas, sem mácula, sem borrões. Porque nada tem escrito?

Passei toda a vida sem nada guardar para ser lembrado? O que fiz da vida? 

Lembro quando na porta da vila, daquela casa pequena, estava aos meus sete, talvez oito anos, anos vendo um avião passar e nele tinha uma pintura preta ao redor da cauda, que não sabia o que poderia ser; será que estaria levando algum defunto? Sei que morreu alguém importante, o rádio fala disso em todas as estações, basta rodar o dial do rádio que todas as estações falam a mesma coisa: morreu fulano de tal. Devia ser importante pois só se falava nele e, parece que o mundo havia parado.

A brincadeira com meus irmãos, nesta época acho que éramos quatro, ou cinco, já não lembro com a mais clara certeza, mas andávamos descalços, pé no chão, barrigudinhos, cada um tentando fazer suas travessuras porque podíamos brincar à vontade sem medo, correr na rua de terra. Para que calçado se não tínhamos necessidade, tampouco vaidade? Meninos e meninas com seus seis e dez anos nada tinham com que se preocupar a não ser brincar, brincar e brigar uns com os outros. Irmãos são sempre assim, uma hora se beijando em outro momento se estapeando, as veias querendo saltar da pele de tão raivosas que estão, o sangue passando quase na velocidade da luz, o coração batendo a mil querendo saltar do corpo, pura adrenalina.

Naquele dia, ao olhar para o céu depois de ouvir o ronco dos motores do avião que passava deixei de brincar com a velha bola, que era minha amiga mais querida, porque ninguém queria brincar, estava sozinho mesmo tivesse várias pessoas ao meu redor. Estava isolado em meus pensamentos.

Será que era isso que eu tinha visto em meu sonho? Página daquele livro sem marcas ou escrita?

Não moramos lá muito tempo, afinal nosso pai vivia em constante mudança, era caminhoneiro e passava muitos dias, e noites, fora e só nós ficávamos ali a esperar na companhia, é claro, de nossa mãe e de alguns parentes.

Corre menino, sai da rua, vai para a escola estudar! Só quer saber de correr e jogar bola! Era nossa mãe que nos chamava, mas quem queria ter esta responsabilidade? Brincar era bem mais divertido.

A escola, perto da praia, às vezes nos dava raiva porque, ao fazer arte e levar bronca da professora, quase sempre tínhamos que pagar pelo pecado cometido: “Menino, vai ali na praia, pega este balde de areia e traga aqui na sala, correndo viu!” Aquela areia era para colocar no chão de cimento, perto da parede, no canto para ficar o resto da aula ajoelhado na terra pagando os pecados da travessura cometida; e não tinha com quem reclamar!

Era bem simples: ou ajoelhava na areia ou ficava trancado em uma saleta escura que tinha um esqueleto (devia ser para aulas de turmas de crianças maiores, quem sabe ensinavam anatomia); preferia mil vezes ficar de joelho na areia da praia que estava no chão da sala a ficar no escuro sabendo que tinha um esqueleto me olhando!

Como ter página em branco naquele livro da vida?

Tempos depois mudamos para o subúrbio, bem mais próximo do centro do Rio de Janeiro, uma casa bem maior mas que dividíamos com outro parente, um quintal maravilhoso com um pomar imenso com pelo menos uns três tipos de mangueiras, jabuticaba, abil, goiaba vermelha e goiaba branca, mamão, abacateiro, carambola e no vizinho um pé de romã; só não tinha espaço para soltar pipa de tão arborizado era aquele quintal.

Como não tinha espaço no quintal só sobrava a rua, ou o telhado da casa, para empinar pipa e cruzar com os desavisados; quem tinha melhor cerol ganhava a disputa cortando a linha dos outros. O problema era que ao subir no telhado logo tinha telhas quebradas o que fazia chover dentro de casa causando sérios problemas com nossa mãe e com os outros moradores da casa. Mas isto não era problema para nossa mãe que ao chegar do trabalho já solicitava à irmã mais velha o relato do dia; não dava outra resenha: ele subiu no telhado e soltou pipa, ou ele saltou o portão e foi brincar na rua. Só dava tempo de olhar para saber como seria a reprimenda: se estivesse de bom humor, cinco bolos de palmatória, de cinco furos (não sei bem o que era isso, mas não importava muito não, doía do mesmo jeito), nas mãos. Se ela estivesse de mal humor dependendo do lugar em que estivesse podia ser a corda de pular, que ela usava para se exercitar, ou eu podia escolher um galho da goiabeira. 

Sabem o que é um galho de goiabeira? Galhinho não espesso, livre de ramos e que verga mas não quebra! Aprendi que podia apanhar mas não devia chorar pois com o tempo parece que ficamos imunes o que de certa forma a deixava mais irritada.

Coisas da vida e de um tempo que hoje não volta mais, mesmo porque hoje é impensável educar na base do castigo físico, o castigo hoje é não poder usar redes sociais!

Ainda não entendi ter páginas em branco naquele livro da vida daquele sonho!

Já lá se vão, quem sabe meus dez ou doze anos, aquela vidinha de ir à escola, brincar, jogar bola na rua, comer frutas no pé da mangueira – o barato não é derrubar a manga para comer mas sim subir nos galhos para lá em cima sentar no galho, recolher a fruta madura e lá mesmo comer saboreando a manga rosa, ou espada, ou qualquer outro tipo. As outras frutas, mesmo a jabuticaba, dava para comer pé no chão por serem árvores menores que dava para pegar a fruta sem ter que subir no caule; quase rasteiras, não davam trabalho para pegar a não ser as goiabas, porque poderiam estar com “bicho da goiaba”, e os abius que já podiam estar  comidos pelos passarinhos, que de bobo nada tinham; aqueles abius doces como o mel faziam a festa dos pássaros!

Um belo dia, não satisfeito com pegar as jabuticabas no tronco da jabuticabeira, cheia que estava na safra, resolvi subir nos galhos mais altos, o que não era fácil pois aqueles galhos carregados de frutos ao serem pisados ou esfregados manchavam a pele, mas como explicar isto para um moleque que só quer “molecar”! Já no galho mais alto da jabuticabeira, quem sabe a uns três ou quatro metros de altura, ao pegar algumas frutas dei com a mão em uma casa de marimbondos; só alguém que se acha acima de tudo, um moleque, pode ter esta infeliz ideia. Ao bater na casa de marimbondos, o enxame saiu dando ferroadas e eu só tive tempo de descer tentando matar o maior número possível de marimbondos, já todo ferroado. Na verdade, nem desci a jabuticabeira, me larguei lá de cima, vim caindo tentando agarrar em cada galho e, ao bater no chão, já todo marcado pelo gostoso suco das jabuticabas e pelos ferrões dos marimbondos, caí em cima do braço. Por sorte nada quebrado mas a voz ficou fina e saia quase em sussurro, sem saber se chorava de dor da queda ou das ferroadas dos marimbondos que não queriam parar de me perseguir. Cuidado fui com um remédio caseiro que se tinha, um tal de anil que era usado na lavagem e clareamento das roupas mas, pelo visto, também era um santo remédio; não estancava a dor mas não deixava inflamar as ferroadas daqueles malditos marimbondos! O corpo ficou roxo por tudo: do sumo das jabuticabas e também do azul do anil que era passado em todo o corpo.

Como aquelas páginas estavam em branco naquele livro do sonho?

A vida andou, crescemos, vagabundamos, trabalhamos, estudamos, casamos e tivemos filhos.

Cada um com seu jeito, um mais carinhoso, outro mais danado (olha quem fala!), outro meio blasé, personalidades diferentes para individualizar cada um, cada qual com seu jeito peculiar de ser, com seus medos e virtudes, mas sempre carregando no DNA todas as agruras e vicissitudes que cada um carrega dos progenitores.

Vai trabalhar vagabundo! É a vida nos ensinado e cobrando o pedágio que cada um tem que pagar no seu dia a dia da vida.

Você acorda já correndo, tem que pegar o ônibus cheio, não dá para levantar o pé que alguém vai colocar outro por baixo, precisa sustentar a família, aperto na ida e na volta, e só de vez em quando dá para sentar um pouco e não pode nem tirar uma soneca porque passa do ponto e lá vem o prejuízo de ter que pagar mais uma passagem, quando não se é expulso no ponto final pelo cobrador que logo lhe diz: espertinho! Quer passear sem pagar a passagem?

Todo dia a mesma corrida: ônibus cheio na ida e na volta, um dia cheio de trabalho com erros e acertos normais no dia a dia, aula no colégio/faculdade à noite, mais um ônibus já não tão cheio na volta para casa, mas o cansaço batendo querendo lhe levar para o ponto final da linha você lutando para poder ficar acordado. Como no fim de semana ainda ter que estar com sorriso no rosto para não deixar a meninada sem pai alegre? Mas esta é a vida, feliz por estar vivo, feliz por estar trabalhando, feliz por ter filhos mesmo que tenha tido trabalho com eles – onde já se viu criança não dar trabalho? Muitas histórias para contar para a filharada depois do divertimento seja na praia, no clube, no campo, no piquenique, na viagem de férias; sempre tem algo de muito bom para celebrar.

Mas o livro da vida ainda está com páginas em branco!


@Borba1948

ceborba.blogspot.com

Luis Inácio e a gastança do dinheiro público

Vendo o passeio que o Luís Inácio fez para o enterro do Papa Francisco, carregando um séquito de assessores, e "papagaios de pirata", uma enorme comitiva que, segundo consta, seria a maior, para fazer o quê?

Passear e turistar na cidade eterna.

Quanto desperdício de dinheiro público e quanta ostentação!

Me faz lembrar daquele vídeo no qual o Luis Inácio fala que a classe média brasileira vive nababescamente em seus "palácios" de 2/3 quartos de até 68m2, querendo esbanjar tendo uma TV em cada aposento quando uma só bastaria, vivendo um padrão, segundo suas palavras que "em nenhum outro lugar do mundo se  vive" (?), uma verdadeira ostentação, que esta mesma "classe média" vive um padrão de vida acima do necessário.

O que sabe ele ser o minimo necessário para viver se vive ostentando e gastando o dinheiro dos contribuintes sem a menor preocupação de dar exemplos?

Este idiota deveria se espelhar na vida sem ostentação do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica que viveu  enquanto  presidente, sem ostentação, morando em seu sítio dirigindo um fusca velho, vivendo da forma que pregava em seus delírios socialistas. 

Mas qual!

Nunca este demiurgo iria morar em seu apartamento  simples, nunca este oportunista deixaria de usar um relógio caríssimo, este mesmo nunca iria viajar, mesmo que de primeira classe em um voo de carreira para gastar menos e não esbanjar.

Difícil é ter que conviver com isto, ouvir falar em reeleição e, pior, saber que os "pobres" desta esquerda caviar irão votar no que aí está. 

Duro ter que conviver com 37 ministérios que só dão despesa e gastos, inacreditável aceitar um "ministro" se manter no cargo mesmo tendo demonstrado incompetência em avaliar roubos e corrupção em autarquias sob seu comando, o caso do INSS e do assalto nas pensões dos aposentados.

É  triste demais!

Pobres brasileiros!

Pobre Brasil!


@Borba1948

 ceborba@hotmail.com

quinta-feira, 24 de abril de 2025

O Brasil da Corrupção - Carlos Lupi, o INSS e o Luis Inácio

Vamos lá: 

Usando o verbo do sr. Luis Inácio, o demiurgo, e ainda réu, presidente em exercício do Brasil, que se auto denomina "o melhor presidente que o pais já teve", bem que poderia começar seus discursos falando: "Nunca antes neste país se teve tanta corrupção!"

Qual é a novidade nisto?

Passa ano e entra ano e este governo a cada dia se supera em tudo o que diz respeito à corrupção sistêmica implantada, tanto pelo partido PT quanto pelos seus apaniguados políticos que se refastelam nos caminhos da corrupção já traçados.

Além do absurdo de termos neste governo 37 ministérios ainda temos que aguentar políticos com histórico de "só levar vantagens", para não dizer com alto grau de corrupção, pois demonstram claramente por qual motivo lá estão.

Isto se deve ao fato do Brasil, talvez, ser o único país no qual partido político tem dono, partido político aqui não tem ideologia, e este senhor, Carlos Lupi, corrupto contumaz, conseguiu, por duas vezes, ser ministro de estado, levado que foi pela presidente Dilma e pelo atual presidente, Luis Inácio, pelo visto pessoas que não têm o menor apreço a lisura e ética mas sim, de certa forma, têm apreço à corrupção como já bem conhecemos.  

Especificamente neste momento, temos um "ministro" que se diz socialista - inclusive em seu curriculum consta ter sido vice-presidente da Internacional Socialista (seja isso o que for), se diz professor (acho que ensinava matéria sobre corrupção aos seus alunos) mas, pelo visto, seu forte é "mamar nas tetas da viúva chamada Brasil".

É preciso lembrar que Lupi, durante o governo Dilma, em 2011, no cargo de Ministro do Trabalho, foi exonerado por denúncias de irregularidades - eufemismo para corrupção, mas tal qual a Fênix ressurgiu das cinzas para neste governo assumir a pasta da previdência mantendo o mesmo "modus operandi" de corrupção; nada de novo.

Impressionante sua entrevista após ter o segundo indicado por ele para presidir o INSS sendo expurgado da presidência por nada fazer para estancar fraudes na previdência, aquela mesma que dizem ser um buraco negro, dada a falta de controle por eles traçada, falta de controle que sempre sabemos ser do interesse político para sustentar interesses outros que não o dos pensionistas.

Lembremos que na entrevista, mesmo com larga demonstração por parte da PF das falcatruas, e por determinação judicial ter sido afastado o Sr. Alessandro Stefanutto da presidência do INSS sendo proibido inclusive de chegar perto da autarquia, ele, o ministro, afirmava que seu afilhado não deveria ser demitido pois é preciso dar o benefício da dúvida até que seja comprovada a fraude ou o indiciamento pelos crimes cometidos.

Vejamos: R$ 6,3 bilhões de reais em descontos não autorizados pelos aposentados, tudo isto com aval do INSS que deveria ser o guardião das necessidades, e dos recursos, das aposentadorias e pensões dos beneficiários.

Em março de 2024, tive o desprazer de ver, em meu extrato da aposentadoria, um desconto de R$ 77,86, em favor de uma empresa fantasma, escroque mesmo, uma tal de CAAP - Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas do INSS, com sede em Fortaleza, a qual nunca consegui contatar pois tanto o endereço quanto o telefone eram falsos; era este tipo de empresa que o INSS permitia, em total desacordo com a legislação, e sem nenhuma aprovação do segurado, promover descontos a título de participação como "associado".

Uma vergonha!

A festa foi tão grande que envolveu até o irmão do presidente Luis Inácio, o sr. José Ferreira da Silva, também conhecido como "Frei Chico", exercendo a função de vice-presidente no Sindicato Nacional dos Aposentados; mais um pelego vivendo às custas dos pobres que pouco ou nada têm mas que sustentam quem nada faz em seu favor.

Segundo consta temos mais de 17.000 sindicatos registrados no Brasil!

É bem verdade que ele, "Frei Chico" declarou: "Eu espero que a PF investigue de fato toda a sacanagem que tem. Agora o nosso sindicato, eu tenho a certeza que nós não temos nada, não devemos merda nenhuma. Eu espero que ela investigue de fato porque tem muitas entidades por aí picaretas. Estamos tranquilos."

Palavras sempre ditas por aqueles que são investigados e, mesmo que condenados, o que é difícil em nosso país, sempre afirmam sua inocência. 

Pobre Brasil!

Só para não esquecermos somente neste mês de março/2025 foram dois ministros pegos com a mão na botija mas, por enquanto, só um foi "exonerado", o das Comunicações, Juscelino Filho, mas mesmo assim tentou emplacar seu substituto, o qual por motivos que não explicitou recusou a indicação colocando o governo em saia justa; só no Brasil corrupto tenta emplacar substituto; alguém saberia o porquê?

E o ministro da Previdência, será também exonerado pelo presidente?

Infelizmente esta é a realidade da nossa política e dos nossos políticos; mesmo na dúvida não se preocupam em manter a dignidade pois o lucro financeiro está à frente da ética e da retidão de caráter.

Pobre Brasil!

Pobres brasileiros!

Como já falava um âncora do jornalismo na tv: "Isto é uma vergonha!"

Mas, sinceramente, mesmo com tristeza somos obrigados a replicar o dito popular "cada povo tem o governo que merece", o que não deveria acontecer pois, com certeza, o povo brasileiro não merece passar por isso.

O pior de tudo é que não vemos um futuro longe deste tipo de atitude e de comportamento dos políticos pois seria preciso uma reforma política séria com redução drástica da quantidade de partidos, da redução dos gastos públicos principalmente com os fundos partidário e eleitoral, redução de gastos com a remuneração dos vereadores, enfim, mudar a forma com que vemos o estado brasileiro diminuindo a influência tanto na economia quanto na sociedade.

A justiça tarda, às vezes falha, mas vamos continuar a torcer para que os corruptos um dia sejam realmente presos e devolvam, com juros, os valores indevidamente apropriados, resultado dos seus atos de corrupção.

Vamos aguardar que o governo, conforme prometeu durante o calor desta crise, cumpra o prometido de devolver os R$ 6,3 bilhões tomados dos beneficiários das pensões tão necessitados dos pequenos valores que recebem como aposentadoria.  

Minha visão. 

@Borba1948 

ceborba.blogspot.com 


sexta-feira, 4 de abril de 2025

Crônica do dia a dia - Metrô de Salvador - Parabéns CCR Metrô Bahia!

No metrô, estação de transbordo Acesso Norte, estava eu  aguardando a chegada do trem para me levar a estação Campo da Pólvora, quando vejo um segurança andando e conduzindo um deficiente visual pela plataforma até a posição de embarque.

Fiquei observando o comportamento daquela dupla, o deficiente conversando e o segurança, com muita paciência ouvindo e totalmente à disposição daquela pessoa.

Eu já estava atrasado para uma reunião programada em um escritório do advocacia próximo ao fórum Rui Barbosa, mas fiquei observando todo o comportamento daquele segurança no ofício de dar bom atendimento a quem necessitava. 

Entrei no vagão do metrô, me posicionei e fiquei ao lado do deficiente que já estava a conversar com um passageiro sentado ao seu lado; o segurança saiu e deu ok para o maquinista do trem.

Aí vem aquele pensamento que nenhum de nós quer ter: será que ele vai saltar no mesmo ponto que eu? Estou atrasado mas terei que dar assistência a ele se for preciso; é claro que seria preciso.

Não deu outra: estava a composição a se aproximar da estação na qual iria saltar quando o deficiente se levanta para também sair naquela estação.

Evidente que me aproximei, segurei em seu braço, informei que iria lhe auxiliar a sair do vagão, mas quando abriu a porta logo se aproximou uma funcionária, segurança do metrô, e percebi imediatamente que ela já sabia em qual porta deveria se posicionar. Apresentou-se ao senhor - a pressa me fez não perguntar sequer seu nome, me apressei a entregar o braço do deficiente visual a ela; gentilmente disse seu nome e informou a ele que estava pronta para auxiliá-lo.

Fiquei impressionado com a atitude da funcionária e, mais ainda, com o nível da prestação de serviços da empresa CCR Metrô Bahia. Como não ficar atônito com a cena?

Uma empresa se preocupando com o bem estar de alguém em pleno Brasil, em Salvador, na Bahia? 

Mas raciocinando com muita lógica, esta atitude não deveria me deixar tão perplexo pois isso seria o mínimo a se esperar de uma empresa prestadora de serviços de tal importância aos seus clientes. Mas aqui no Brasil?    

É, eu não deveria me espantar, porém conhecedor do nível de educação e de prestação de serviços aos quais estamos acostumados vivi um pequeno momento de deslumbramento, um momento de pensar estar morando em um país com alto nível de educação e civilidade, de primeiríssimo mundo.

Me culpo aqui por não declinar o nome daquela funcionária atenciosa, e solícita, a atender aquele deficiente; a primeira atitude dela foi se apresentar dando seu nome porém a minha memória, talvez ocupada que estava com o horário da reunião para a qual me dirigia, falhou e não guardei a informação; quanta falta faz não poder dar o nome daquela funcionária zelosa do seu dever de bem servir!

Esse relato me fez lembrar de alguns vídeos que recebemos via internet sobre o modo como se comporta uma sociedade civilizada e ciente dos seus compromissos; a sociedade japonesa no seu dia a dia.

Há pouco tempo vi em um desses vídeos, em uma estação do metrô de Tokio, um funcionário segurando uma peça a espera de que uma determinada porta de um vagão para a qual ele se dirigiu se abrisse e ele pudesse colocar a pequena rampa que daria condições de acessibilidade a um deficiente cadeirante permitindo ao mesmo sair sem atropelo e sem qualquer possibilidade de acidente. E, o mais importante, neste mesmo vídeo observamos que os passageiros que iriam entrar e sair aguardaram pacientemente até que o cadeirante estivesse em segurança; quanta civilidade!

O que, na verdade, mais me espanta é ficar a admirar algo que deveria ser corriqueiro em nosso dia a dia; ter educação, ter civilidade e estar predisposto a atender bem a todas as pessoas ao nosso lado. Porque não podemos agir assim?

Me lembro também, de ter visto vídeos que nos mostram como é o comportamento da sociedade japonesa para servir e ajudar aos que precisam, principalmente às crianças no seu deslocamento de casa para a escola; vão sozinhas e todos têm a preocupação em não atrapalhar, dando atenção e, se preciso, tratar as crianças que estão sozinhas indo para a escola como se parentes próximos fossem.

Mas voltando ao fato que me levou a escrever esta pequena crônica me surpreendeu mesmo ver que ainda existem pessoas / empresas que têm como meta bem servir e dar atendimento com humanidade e presteza.

A pergunta que não quer calar: porquê isso não é regra geral em nossa sociedade?

Porquê não temos a paciência de deixar as pessoas saírem do trem, metrô, ônibus, avião sem atropelo dificultando a saída e fazendo confusão na entrada para, talvez, ser o primeiro a entrar e tentar levar vantagem para sentar ou ter um melhor lugar?

Lembro, na época da pandemia, as empresas aéreas adotaram procedimentos de saída da aeronave por filas ao invés daquela balbúrdia que se estabelecia quando o piloto parava o avião, mesmo sem estar na posição de saída com segurança, e quase todos os passageiros se levantavam, mesmo com os pedidos da tripulação, por segurança, para "ficarem sentados até parada total da aeronave"; quanta deseducação!

Sinceramente espero ainda ser surpreendido com ações e atitudes com as quais me deparei hoje e, logicamente, passem a ser normais em nosso dia a dia porque só nos faz bem ter educação e civilidade.

Parabéns CCR Metrô Salvador por atitudes como esta de bem servir e que isto possa, em algum momento, ser exemplo para toda a sociedade.

@Borba1948 

cecborba@gmail.com

terça-feira, 1 de abril de 2025

Ainda acham que foi bom

A nova ordem produzida pelo atual presidente do Brasil - empréstimo consignado, para "facilitar" a vida financeira do trabalhador celetista brasileiro, só faz aumentar o endividamento do povo trabalhador que se endivida usando o seu próprio recurso, o FGTS.

Vamos à logica: os bancos pegam o dinheiro do próprio trabalhador, o FGTS  que é remunerado pela TR (invariavelmente abaixo da inflação) mais juros de 3 % aa, bem menor do que o governo paga de juros da dívida com a Selic no valor de 14,5% aa - se o governo quisesse mesmo ajudar o trabalhador usaria o FGTS para suas necessidades pagando o mesmo que paga aos banqueiros, e os próprios bancos emprestam a juros em torno de 2% am.

O único que ganha dinheiro com estes empréstimos são os bancos porque o trabalhador só se endivida mais e mais pagando juros que não remunera sua aplicação do FGTS.

Só acreditam neste governo os idiotas que querem porque estão lobotomizados por um governo que só os explora.

Muito triste isto!

E toma de imposto novo para bancar D.Janja em seus périplos pelo mundo representando quem não lhe deu representatividade, o povo brasileiro, e o demiurgo Luis Inácio ainda tem a coragem de dizer que ela faz viagens "apócrifas".

E é verdade pois está na fala dele usada para defender Dna.Janja, e depois dizer que ela não é dona de casa, como se isso fosse uma vergonha; não satisfeito ainda disse que vai transcrever o discurso dela porque foi maravilhoso.

Quem aguenta isto?

Pobres das donas de casa que devem estar coradas de vergonha por serem só "donas de casa".
Uma vergonha e tanto!

Infelizmente este é o nosso presidente em pleno uso das suas faculdades mentais, as quais somos sabedores de não as usar para relatar coisas mais sérias e sim seus devaneios.

Sabemos, é verdade, que em algum momento, mesmo pequeno, este senhor teve capacidade, em seu primeiro governo, mas precisamente nos dois primeiros anos, de tentar defender uma agenda real e verdadeira, uma agenda baseada no que restou do governo anterior visto haver domado aquela inflação maléfica.

Mas logo em seguida, inebriado pelo poder, achando estar acima de tudo e de todos, lançou-se no maior programa de estímulo à corrupção, talvez o maior programa já implementado em todo o mundo, a isto não podemos negar o "mérito" e o "sucesso" daquele vil programa, desviando bilhões de dólares (não de reais), do nosso pobre patrimônio, deste mesmo trabalhador o qual ele hoje "premia" com o chamado "empréstimo do Lula", nome este dado por aquela ministra que ele disse haver colocado no governo por ser "bela"; palavras do ainda Réu, e atual presidente, Luís Inácio.

Este é o perfil do "comandante companheiro" Luís Inácio, este mesmo que foi eleito e pretende, ainda, permanecer por mais quatro anos na cadeira presidencial comandando um pequeno exército de quase três mil funcionários no Palácio do Planalto e ainda comendo ovos de emas palacianas, mesmo sendo contra a lei.

Infelizmente esta é a realidade deste governo usado por um demiurgo em promoção própria, refastelando-se com sua esposa, no dinheiro do povo.

Pobre Brasil!

Pobres brasileiros!

Sinceramente eu gostaria de que meus amigos da esquerda caviar brasileira avaliassem, com muita calma, tudo o que escrevo para poderem mostrar aonde meus escritos poderiam, na visão deles é claro, estarem errados, logicamente sem ataques pessoais, mas com muita clareza de argumento e verdades.

Infelizmente não consigo ver um caminho claro e reto no qual este governo possa nos dar uma esperança real de sair desta situação de pobreza e miséria do povo brasileiro.

Se houver realmente programas sérios para educação e saúde, investimentos em infraestrutura que gerem emprego e tire dos programas sociais estes milhões de brasileiros que não querem trabalhar para viver das migalhas oferecidas pelo povo que trabalha e paga impostos, aí sim vou acreditar que ele é realmente "o cara" e não o capo, ou talvez o "chefe do Tammany Hall" - declarações do ex-presidente americano Barack Obama em seu livro de memórias.

Para lembrar:Tammany Hall, aquela sociedade política que dominou Nova York, nos anos de 1854 até 1934, através da corrupção e do abuso do poder.

Quem sabe ainda vou viver para ver que é possível domar este instinto predador que nossos políticos têm para só trabalhar em benefício próprio assaltando os cofres da nação brasileira. 

Quem sabe?

A conferir se vou viver o suficiente.

@Borba1948
ceborba.blogspot.com