quinta-feira, 22 de agosto de 2019

O Brasil e os juros de agiotagem


Tem algumas coisas que eu, sinceramente, não entendo:
Se CEF - Caixa Econômica Federal é uma empresa 100% pública, diferente do Banco do Brasil que é listado em em bolsa e deve se portar com vistas exclusivas ao lucro e rentabilidade, e a CEF que tem como missão ser um banco social, porque os governos nunca a usaram para poder exercer pressão sobre os bancos comerciais cobrando taxas de juros real no crédito, tanto pessoal quanto em rotativo, compatíveis com a realidade brasileira?

A CEF tem que ser administrada sim como banco social pois não cabe outra missão que não seja esta; se praticar juros decentes não terá prejuízo, terá sim lucros menores mas terá cumprida a missão para a qual foi criada.

Vejamos: durante muito tempo, a CEF cobrou juros nos programas de habitação de 8,5 até 10% aa mais a TR, prática esta que inviabilizava a qualquer brasileiro a compra de um imóvel pois, mesmo com baixa inflação, o pobre coitado não sabia como seriam as prestações ao fim do contrato, e quando se dava conta, os aumentos praticados nas prestações sempre estavam maiores do que o do seu contido salário e o saldo devedor impagável.

O financiamento de um bem de raíz tem a hipoteca como sua maior garantia do pagamento pois caso não o faça será tomado o imóvel e leiloado pelo seu real valor de mercado, não causando, em princípio nenhum dano ao financiador, portanto com garantia real; porque, então, esta ganância de um banco eminentemente social em cobrar juros abusivos da população?

É claro que o BB não pode ter estas práticas pois deve explicações aos seus acionistas que querem a melhor administração com a melhor expectativa de ganho e rentabilidade, e se aquela prática fosse tomada como atitude do acionista maior, a união, teríamos, como feito com a Petrobrás, um volume imenso de ações para cobrar a má administração face ao mercado.

A grande verdade é que os nossos governantes não estão nem um pouco preocupados com a realidade da vida do brasileiro, que paga os maiores juros do mundo no crédito pessoal - bancos que cobram pouco o fazem em taxas de 8% am no cheque especial e de até 12% am no cartão de crédito rotativo - no empréstimo consignado, que não tem perda pois pode ser garantido com os seguros, as taxas variam de 1,8 a 2,8% am, o que é extremamente abusivo.

Este é o verdadeiro "ganho fácil" dos especuladores (para não os chamar pelo adjetivo real que seria de agiotas), e como não têm concorrência fazem o querem com o pobre do brasileiro; já passou da hora de mudar esta nossa cruel realidade e de o governo ser, realmente, um governo que pode ter como meta o social.

Não sei as reais implicações, e se alguém souber, que me diga, mas não consigo compreender esta realidade.

Pobres brasileiros!
Pobre Brasil!

cecborba@gmail.com
@Borba1948

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