Hoje uma das minhas netas me procurou para ajudá-la em um trabalho escolar que tinha como base a educação.
Imediatamente
lembrei-me do antropólogo e educador Darcy Ribeiro, secretário de educação nos
governos de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, ao dar vida à idéia dos CIEPs,
Centros Integrados de Educação Pública, que visava nada mais do que dar
educação pública com qualidade colocando os alunos em horário integral com
atividades de estudo e lúdicas, praticando esportes, artes além de atendimento
médico e odontológico.
Uma
idéia tão simples, e ao mesmo tempo tão genial para nossa realidade, que
bastaria só aos governantes entenderem que educação deveria ser o pilar da
nossa sociedade.
Com
uma educação de primeira linha ficaria evidente que o povo teria mais consciência,
saberia entender a realidade, estaria mais preparado para sua vida e atividade profissional,
enfim, daria valor ao conhecimento.
Ao
ver o resultado daquela idéía brilhante ficamos frustrados ao ver que não deu
certo, que o estudante primário e secundário continua sem acesso a educação
básica de qualidade, que não têm outras atividades nas escolas por puro preconceito
dos políticos que nunca deram o devido valor à educação em nosso país.
Quando
avaliamos o porquê de não ter sido aquela proposta levada avante por outros políticos
vamos verificara falta de continuidade, melhor, a falta de um programa real de
educação para nossos estudantes; temos tudo para realizar de forma adequada um
programa educacional sério e com bases, basta ver os programas que os estados e
municípios devem cumprir com carga horária, merenda para os alunos, transporte,
etc, mas os larápios do dinheiro público roubam e nada fazem.
Pesquisando,
e procurando, os motivos do porque não ter evoluído nacionalmente este programa
de escolas públicas em horário integral achamos vários motivos:
-
Segundo Sérgio Luiz
Carvalho de Aguiar, diretor d um CIEP, o maior problema para o turno integral é
a falta de continuidade dos projetos políticos dos governos. "A reforma no
prédio ficou tanto tempo parada porque não era uma prioridade para os governos.
O turno integral precisa ser um projeto de Estado, separada das vaidades
políticas, se não acaba um governo e morre tudo", afirma.
-
A professora de pós-graduação da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Lígia Martha Coelho
concorda que o turno integral precisa superar as questões partidárias. "A
proposta dos Cieps foi esvaziada porque não houve compromisso de continuidade
por parte dos governos que se seguiram", afirma Lígia, que é coordenadora
do núcleo de estudos de educação integral da universidade.
- Diretora do Ciep 445 - Miguel de Cervantes, em
Itaboraí (RJ), Iara Moraes da Silva, diz que o maior desafio da escola, que não
funciona mais com o turno integral, é acabar com o preconceito dos pais e dos
próprios alunos com os Cieps. "Nós tivemos de trabalhar muito na comunidade
para acabar com o preconceito com o Brizolão (como são chamadas os Cieps no Rio
de Janeiro). Os pais não queriam matricular seus filhos
porque se criou a imagem de que era uma escola de pobre, de que o horário
integral era para atender as crianças que não tinham o que comer em casa, que
ficavam na rua."
Vejam
o absurdo da realidade do preconceito dos próprios moradores da região, na própria
comunidade, de não se sentirem necessitados, eles mesmo preconceituosos com seu
status.
Mas
o que nos chama a atenção mesmo é a falta de políticas sérias como a má
formação dos professores, a falta de planejamento pedagógico adequado, por
parte dos municípios, estados e da federação, em que cada um formula suas próprias
“políticas” sem que tentem unificar as gestões de uma causa desta importância.
Quando será que veremos políticas públicas sérias, e sem ideologia, mas com objetividade para todos os brasileiros?
Gostaria
de saber, realmente, a resposta; é isto o que nos falta.
@Borba1948