sexta-feira, 24 de maio de 2024

Farplay, educação ou levar vantagem?

Vendo agora o jogo do América Mineiro e Santos, série B, ocorreu um fato, enaltecido pelo narrador, como "nada a ver" mas que já vimos ocorrer na Europa com mostras que nem sempre levar vantagem é o mais importante. 

O goleiro do Santos teve um contusão grave e o atacante do América pegou a bola e fez o gol.

Tem para quem quiser ver na internet vários casos assim nos quais mesmo tendo sido validado o gol o time adversário, ou por vontade dos próprios jogadores ou por ordem do treinador deixaram o time adversário marcar um gol para anular o que havia acontecido. Verdadeiro farplay porém muito mais ser justo e contra o simplesmente "levar vantagem".

Não é fácil tomar a decisão certa; o jogador poderia ter colocado a bola para fora porque com o goleiro machucado ele não teria ninguém para impedir a conclusão, ou o próprio treinador poderia ter dado a ordem para deixar o Santos empatar. Será que ele, o treinador do América Mineiro, Cauan de Almeida, teria coragem para dar tal ordem?

O que os diretores achariam?

Iriam demiti-lo?

Temos um caso bem emblemático de farplay que marcou um jogador aqui no Brasil e até hoje ele dá explicações sobre o ocorrido; dizem até as más línguas que a diretoria do time (São Paulo) se desfez do jogador porque a torcida "teria exigido".

O jogador é Rodrigo Caio, um monstro como zagueiro, que em um jogo contra o Corinthians no Campeonato Paulista, após o atacante Jô ter levado um cartão amarelo por supostamente ter pisado no goleiro do São Paulo, ele se apresentou ao árbitro e disse que ele é quem havia pisado no goleiro do seu time. O árbitro mais que depressa retirou o cartão amarelo do atacante que agradeceu imediatamente ao Rodrigo Caio pela atitude.

O que deveria ser uma atitude normal passou a ser considerada, dependendo do ângulo e interesse a ser olhado, anormal: uma aberração (a torcida são-paulina achou ser aberração mas o farplay bateu palmas) ou simplesmente honestidade?

Hoje ao ver a atitude antidesportiva do jogador do América Mineiro ao se aproveitar de um infortúnio do goleiro do Santos, que saiu de campo na maca e foi levado imediatamente para o hospital, devido a possível gravidade da contusão - até a hora que escrevo ainda não sabemos o nível da lesão, e me pergunto: qual é a melhor atitude?

Será que eu teria o desprendimento, e a humildade, do Rodrigo Caio (só para ficar no exemplo brasileiro) ou iria preferir levar vantagem como fez o jogador do América?

Fosse eu o treinador do América Mineiro teria mandado os jogadores deixarem o time do Santos marcar o gol sem fazer nenhuma pressão como já vimos ocorrer na Europa?

É uma questão a ser, talvez, discutida à luz da nossa realidade de educação, política e até cultural. Estamos prontos a abrir mão de levar vantagem e de realmente vencer pela nossa competência?

Nossos pares estão preparados para saber avaliar qual a melhor decisão a ser tomada sem ter que nos escrachar porque abrimos mão do ganho fácil?

É uma bela questão a ser discutida por todos nós.

@Borba1948

ceborba.blogspot,com


sábado, 18 de maio de 2024

A Bahia e a falta de alfabetização

Vou dar meu depoimento e experiência no trato com este problema.

Faço trabalho como síndico profissional e sei bem o que este tipo de problema causa pois não tem um condomínio que eu assuma no qual não tenhamos problemas com os porteiros pois a grande maioria é de analfabetos funcionais, e quando não aparece um que seja analfabeto.

Na grande maioria dos prédios mais antigos , acima de 15 anos de idade, quando da entrega para os moradores, a construtora indicava trabalhadores para assumirem a portaria na transição e os moradores acabavam aceitando estes trabalhadores vindos de profissões como pedreiros,  ajudantes de obras, marceneiro, enfim, trabalhadores braçais, em quase sua totalidade bons trabalhadores, mas totalmente de preparados para trabalho em local que exige leitura e bom raciocínio.

Tem prédios que assumo a sindicatura que tem porteiro analfabeto!

Nos prédios mais modernos isto não ocorre porque já necessitam de porteiros com habilidades, mesmo simples, de conhecimento de informática.

É muito difícil trabalhar com porteiros semi analfabetos e analfabetos funcionais porque o índice de erros é imenso, a comunicação fica difícil porque só pode se dar via oral o que dificulta em muito o entendimento.

Só quem convive diariamente com este problema do analfabeto sabe, verdadeiramente, o quão a população sofre por não saber ler e entender o que lê, quando consegue.

E isto tudo é causado por políticos que fazem do analfabetismo seu maior eleitor porque dá assistencialismo, e não emprego, causando dependência destes indivíduos aos malfadados programas sociais que só servem para manter o quadro de exploração política.

Aqui na Bahia  temos a maior população do país, em números absolutos, em programas sociais tipo bolsa família, e no fundo nada para melhorar é feito de forma sistêmica para erradicar, de vez, esta praga do analfabetismo. 

Muito triste.

@Borba1948 

ceborba.blogspot.com 


https://www.metropoles.com/colunas/mario-sabino/a-quem-interessa-manter-o-nordeste-no-atraso-social-e-economico