Esta semana, mais precisamente ontem,
27/05, lendo alguns dos absurdos produzidos por membros dos três poderes,
quiçá do judiciário e do executivo, me lembrei, lá longe, da Fábula dos Porcos
Assados, a qual em meus estudos de administração fui apresentado.
Naquela fábula logo após os homens
terem comido porcos assados depois de um incêndio na floresta, foi desenvolvido
um sistema complexo para que os do povo pudessem comer seus porcos assados e
quando alguém, sr. João Bom-Senso, propôs um sistema mais simplificado e com
melhor metodologia não foi entendido e foi severamente repreendido e sumiu.
Dizem que daí teria surgido o tão famoso dito “falta de bom-senso” quando
alguém comete uma ação, ou atitude, sem noção.
A analogia que faço é deste momento
político pelo qual estamos passando, momento este no qual está faltando o sr.
Bom-Senso, por tantos quantos estão envolvidos nas querelas políticas deste
momento em nosso país. Do PR Bolsonaro, passando pelos ministros de estado,
pelos filhos de sua excelência, pelos apoiadores, quiçá até seguidores
apaixonados, que ao se referirem aos outros poderes só o fazem de forma
queixosa e grosseira, tanto no aspecto político quanto no aspecto de educação.
O pior deste momento é o tão discutido,
e controverso, inquérito das fake news iniciado por ação do Presidente do STF,
Dias Tóffoli, inquérito este que a grande maioria dos juristas deste nosso país
acredita estar em desacordo com as regras constitucionais visto que, segundo
estes juristas, não poderia caber ao STF a condição de propor, fazer as
diligências e julgar; nesta condição estaria este inquérito viciado.
O PR Bolsonaro, que não tem nenhum
bom-senso, vai para a rua e começa a desancar os ministros vociferando
impropérios, que são de uma total falta de elegância (para dizer o mínimo) e
também de educação; claro que ele está respondendo a algo que já iniciou errado
pelo STF e que jamais deveria ter sido proposto pelo presidente Tóffoli que só
o fez por vaidade e por achar que o STF estaria acima de qualquer outro poder.
Deu no que está dando!
Não satisfeito o mesmo STF propõe em
ação iniciada – esta é a forma correta, pela PGR, que seja disponibilizado um
vídeo de uma reunião do PR Bolsonaro com ministros de estado, que deveria ser
sigilosa, na qual o ex-ministro Sérgio Moro disse ter sido feita uma afirmação
pelo presidente de interferência na polícia federal e aí, como dizem os
baianos, “deu-se a merda” pois além de mostrar as falas relativas ao caso,
inclusive expondo o PR com utilização de palavras chulas e inconvenientes,
deixou para que todos vissem falas destemperadas de ministros que ao se
referirem aos da suprema corte o fazem de forma chula e agressiva. Não deu
outra, o ministro Alexandre de Moraes mandou a PF ouvir o ministro da Educação,
ou seria da deseducação, o sr. Abraham Weintraub para que o mesmo possa
explicar o dito de que “os ministros do STF deveriam ser todos presos”; um erro
sempre levando a outro erro.
No dia seguinte tanto o destemperado
presidente do Brasil como o não menos deseducado filho, Flávio Bolsonaro,
desandam a vociferar impropérios levando o que seria um simples desacordo de
ideias a se transformar em um grande problema institucional.
Sinceramente não sabemos aonde isto vai parar,
só sei que se ninguém tiver um olhar mais holístico, olhar este que veja o todo
e não somente os interesses individuais podemos acabar com um grande e intenso
terremoto, em escalas inimagináveis, na nossa tão insipiente democracia; é
preciso que o governo recheado de militares seja controlado a pensar como civis
que são, que os ministros de estado não sejam só marionetes nas mãos controladoras
do presidente e que ele, o PR Bolsonaro, tenha humildade para poder controlar
os loucos seguidores, inclusos aí os filhos e controle o tom para que não
tenhamos que nos preocupar se amanhã teremos que esperar um regime de força e
nos rebelarmos.
Já basta de golpes de estado!
Já vivemos tantos deste a tomada do
poder do Imperador pela elite da época que buscou a força necessária no
exército e acabou por proclamar a república, em 1889, o primeiro, até o de
1964, o oitavo, que nos revelou a ditadura militar; é necessário que os nossos
militares, que não fazem guerra porque somos por natureza um povo pacífico, se
lembrem da nossa constituição - Art. 142, que determina de forma clara qual deve ser a
postura e atitudes das forças armadas, qual seja a de defender a democracia e
nunca mais operarem golpes para, de forma canhestra, avalizarem nosso sistema
de governo.
Golpe de estado JAMAIS!
@Borba 1948