Senta que lá vem história!
Sábado, 26/08/2022, meu neto Matheus querendo fazer
uma “peneira” no Sport Club Bahia nos preparamos para levá-lo junto com o pai
ou a mãe.
Cheguei cedo na casa de minha filha, o casal
reclamando da farra da noite anterior, ainda ressacados, na cama, e o menino já
quase pronto para ir pressionando o pai porque o horário já estava avançado.
Vejam que o CT do SC Bahia fica bem longe, da Vila Laura (Brotas), no Jardim
das Margaridas em Lauro de Freitas, próximo ao aeroporto, aproximadamente uns 23
km e, mais ou menos, vinte minutos de trajeto, porém com facilidade para chegar
em um dia de sábado normal.
O treino (a peneira) estava prevista para começar às
12:30, horário desgramado, sol a pino e torturante, para colocar os meninos de
12/13 anos, que no jargão do futebolês denominam de 2009/2010, para jogar e se
apresentar aos treinadores para observarem as qualidades dos futuros atletas.
Cheguei por volta das 10:00, fiquei esperando, o genro
que estava na cama deitado, e reclamando da ressaca do dia anterior, a filha
quase colocando fatias de batata na testa com um pano – simpatia que dizem, no
popular, fazer bem e acaba com a dor de cabeça da ressaca; os dois colocando a
culpa na marca da cerveja que tinham bebido (o genro não falou em quantidade
ingerida só que aquela marca de cerveja não fazia bem), os olhinhos pequenos e
quase fechados.
Na sala eu e o neto já ansiosos para irmos, visto que
a distância a ser percorrida era grande, mas o caminho, indo pela Av. Luís Viana
Filho, popularmente conhecida como Paralela, era a melhor opção porque em um
sábado, com certeza, estaria livre, e era assim que o Google Maps me informava.
O genro, com vagareza, resolveu sai por volta das
11:10, o que ainda não seria desastroso. Seguiu pela BR 324 e teria que entrar
na Av. Luis Eduardo Magalhães; eu no banco do carona na frente e o neto no
banco de trás quando, por um descuido, o genro que estava falando ao telefone
passou da entrada e eu mais que depressa falei que havia errado o caminho.
Imediatamente ele disse que não nos preocupássemos porque ele já havia colocado
no Waze a indicação para a rota até o Fazendão. Fiquei tranquilo mas já comecei
a questionar o caminho a ser seguido e o genro, calmamente dizia que iria entrar
na Brasilgás, que já estava acostumado com o caminho porque já levara sua mãe
várias vezes a um hospital na região para exames, que também conhecia o caminho
porque quando jovem teria ido com amigos para jogar bola lá no Fazendão, enfim,
tranquilidade total.
Seguindo o caminho de repente vejo que nada tinha a
ver com o que seria cruzar para chegar à Av. Luis Viana Filho, a Paralela e
questionei mas ele calmamente dizia: “Seu
Borba, está aqui no Waze, vamos chegar rápido e a tempo” e ia conversando
com o filho, dando conselhos, lembrando como era “naquela época dele”, tentando
acalmar o menino que já estava ficando nervoso, e eu também!
Como vi que o caminho nada tinha a ver com o destino
que pretendíamos liguei o Google Maps, e comecei a monitorar o trajeto tentando
explicar que não era o caminho, mas o teimoso – ele quando invoca tem uma razão
que só ele explica, sempre dizia que estava certo o trajeto que o Waze
informava. Fomos entrar por uma nova avenida que levava para cruzar o bairro
Cajazeiras, aquele mesmo que um antigo candidato a prefeito de Salvador,
espanhol de quatro costados, à época dono da Tv Aratu, de nome Pedro Irujo, em
campanha dizia: “Povo de Cachaceira....................”.
Vocês conhecem Cajazeiras?
Tem motivo para chamar de Cajazeiras e não Cajazeira.
É um bairro tão grande, mas tão grande,
que se subdivide em Cajazeira que vai de 1 a 10, e junto com as quatro
Fazendas Grandes têm aproximadamente 670.000 habitantes (uma grande cidade
dentro de Salvador – tal qual Brotas).
Vocês já foram a Cajazeiras em um sábado pela manhã?
Se nunca foram então nem pensem em ir com pressa! Bairro populoso, um comércio
esplendoroso, e parece que todos os cajazeirenses e fazendagrandenses resolvem
fazer as compras no sábado pela manhã, um movimento infernal com carros,
ônibus, bicicletas, população andando a pé, visitando as lojas do comércio
local que tem o que você imaginar, da barraca de frutas e legumes nas calçadas
a comércio com todo tipo de loja, carroças na rua, enfim, uma balburdia total!
Neste momento bateu o desespero! Já mais ou menos 11:50
/ 11:55, eu dizendo que ele estava errado e o teimoso olhando o Waze dizia
eufórico: “calma seu Borba, estamos a 6 minutos, é logo ali na frente”! E
o trânsito engarrafado, ônibus querendo passar por cima dos carros pequenos,
todos buzinando, inclusive meu genro, reclamando e dizendo: Olha o hospital que
eu trazia minha mãe para fazer exames seu Borba!
Com minha paciência já esgotando, Matheus (meu neto e
filho do genro) já reclamando que ia chegar atrasado, pedi que ele perguntasse
a qualquer passante se estava próximo do local.
Parou o carro, no trânsito da rua, perguntou a um
transeunte que alegremente respondeu o que ele queria ouvir: “É logo ali na
frente dobrando à esquerda”! Não me aguentei mais e perguntei: André,
você vai comprar o que na loja O Fazendão? Kkkkkkkkkkkkkkkk!
Alguém, conhece a loja O Fazendão em Cajazeiras? Se
quiser construir algo vai lá!
Uma das maiores lojas de materiais de construção em
Salvador – perdão, a maior da cidade de Cajazeiras!
Quando ele dobrou à esquerda e viu a loja bateu a
tristeza! Não sabia mais o que fazer! Preso estava e preso ficou no trânsito
louco da região na praça central do bairro.
Aí se rendeu e eu disse que ele colocasse no Waze o
destino CT Fazendão do Bahia; assim o fez, nervoso ficou pois já eram quase
12:20, achou um caminho que inicialmente seguiu por vias largas e sem trânsito
para em seguida seguir por vias pequenas e apertadas mas no caminho para deixar
Cajazeiras em direção à São Cristovão.
Em um determinado momento (eu estava com o meu celular
no Google Maps) ele resolveu entrar à esquerda, e eu dizendo que deveria seguir
em frente à direita mas ele seguiu o instinto dele; mais caminhos apertados,
ruas esburacadas, passou por uma lagoa, que já foi de despejo de esgoto da
EMBASA, e ele para tentar acalmar a todos dizia que o lugar era bonito, com
umas pracinhas para as crianças brincarem e com quadras mas ele, ainda para
disfarçar o nervosismo, dizia que nunca havia passado por lá, que não conhecia
aquele lugar, mas por fim conseguiu sair em São Cristóvão; já eram, mais ou
menos umas 12:35 e já não estávamos tão longe do destino.
Mas ainda não acabaria o sufoco pois ele errou a
entrada no viaduto que liga ao aeroporto e a Lauro de Freitas e teve que ir até
o retorno, lá próximo à entrada da via que leva para o centro de Lauro de
Freitas. Retorno feito fomos, então, em direção ao CT Fazendão do Bahia nas ao
chegar a confusão estava armada. Gente demais, trânsito fechado, pais, mães e
meninos saltando dos carros para driblar o engarrafamento, que na verdade
ninguém sabia se era para sair ou entrar pois só passava um carro por vez, indo
a pé para percorrer uns 300/350 longos metros até a entrada do CT do Bahia, o
verdadeiro Fazendão!
Pedi para que deixasse o carro comigo, que fosse
andando que eu iria achar um jeito de estacionar, etc, etc...................
Esperei acalmar a saída os carros, enfiei o carro pela
rua de mão única até o CT, e estacionei dentro; enfim encontrei já Matheus e o
André na fila aguardando a inscrição para poder fazer a peneira.
O final todos já sabem: Matheus só conseguiu jogar por
volta das 14:50, terminou o jogo e foi selecionado para retornar na próxima
terça para nova avaliação. Saímos de lá por volta das 15:30, com fome e
cansados.
Este é o meu genro André Luiz Accioly Duarte, primeiro
e único, da tribo da Vila Laura!
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